A inciativa une esforços de professores dos cursos de Medicina, Engenharia e Arquitetura, para preservar a saúde de bebês nascidos durante a pandemia da Covid-19
Neste período, onde há risco de contágio pelo novo coronavírus, os cursos de Medicina, Engenharia de Produção e de Arquitetura, criaram três modelos de máscara protetora estilo Face Shield para recém-nascidos. A iniciativa uniu esforços de professores e acadêmicos da Universidade na busca de preservar a saúde de bebês que nasçam de mães infectadas pela Covid-19, que forem transferidos para a UTI neonatal ou que necessitem ser transportados do centro obstétrico para a maternidade, por exemplo. Os protótipos do protetor facial foram testados e aprovados por profissionais da área de pediatria.
Por representar uma barreira física contra possíveis gotículas de saliva ou de fluídos nasais infectados com a doença, impedindo que essas partículas entrem em contato com o rosto dos bebês, enquanto eles estiverem em ambiente hospitalar, o protetor facial pode ser um equipamento importante no enfrentamento do vírus. A necessidade do uso da máscara Face Shield em recém-nascidos deve ser avaliada por agentes de saúde de cada instituição, pois, existem variáveis em torno das questões de risco em cada local e situação. Até o momento, foram produzidas 40 máscaras, doadas pelo TecnoUnisc para o Hospital Santa Cruz, nesta quinta-feira, 29 de abril.
Segundo o subcoordenador dos cursos de Engenharia, Jorge Ribas, caso haja demanda, o grupo de professores poderá desenvolver novas unidades. Ele também explica que “as máscaras foram produzidas com a tecnologia de manufatura aditiva, conhecidas como impressão 3D, por isso, levaram um tempo maior para serem confeccionados. Se fossem produzidas por processo de injeção de polímeros, poderíamos fabricar centenas por dia, mas não é o caso da nossa estrutura. Então, nós desenvolvemos 40 unidades do protetor facial em três tamanho diferentes, considerando que existem diferenças no diâmetro do crânio dos bebês. Dentro das nossa capacidade, estamos dispostos a auxiliar outras instituições que possuam essa necessidade”.
A máscara Face Shield, em português “escudo facial”, tem sido um equipamento de proteção individual (EPI) utilizado por profissionais da saúde. O modelo para recém-nascidos, no entanto, segue moldes especiais e medidas ajustáveis. Segundo a médica do Hospital Santa Cruz e coordenadora dos cursos de Medicina da Unisc, Tatiana Kurtz, a máscara só será utilizada em bebês cujo a mãe esteja com Covid-19 ou em casos de extrema necessidade. “Usar a máscara quando não há indicação pode gerar custos desnecessários e criar uma falsa sensação de segurança, o que pode levar à negligência de outras medidas essenciais como a prática da higiene das mãos”, aponta.
Como surgiu a iniciativa?
Tatiana Kurtz, coordenadora do curso de Medicina da Unisc, após ler uma reportagem sobre o uso de Face Shields em bebês nos hospitais da Tailândia, entrou em contato com o os cursos de Engenharia da instituição para verificar a possibilidade de desenvolverem um protótipo. O professor do departamento de engenharias, Eliezer Henker, que já havia confeccionado protetores faciais de uso adulto, buscou formas de criar o modelo para recém-nascidos. A parceria entre os cursos gerou três protótipos de máscaras protetoras para recém-nascidos. O trabalho ainda contou com o apoio do TecnoUnisc, da acadêmica de Engenharia de Produção, Pâmela Rodrigues e do acadêmico de Arquitetura, Fábio Optmoor.
“Quando surgiu a demanda de desenvolver uma máscara Face Shield para os recém-nascidos, utilizamos o modelo tradicional para adultos como base de fundo, mas criamos diversas adaptações ergonômicas necessárias. Além da redução de tamanho, foi preciso mudar a geometria para que os protetores se adaptassem à face dos bebês. Também, pensamos em materiais que não machucassem, considerando que o uso ocorrerá em uma pele muito mais sensível. Sem esse trabalho haveria o risco de lesões, então, mantivemos atenção redobrada e conseguimos chegar ao que era desejado”, contou o professor Eliezer Henker.